Atividade durante nosso curso da semana!
E, em uma espécie de presente por bom comportamento, ainda pude desfrutar de um dia em Lisboa.
Feira de produtos locais e biológicosO fim de semana em São Tomé misturou trabalho e passeio. No sábado, de manhã, fui visitar uma loja de produtos biológicos e/ou locais, a Qua Tela, e a feira, que foi organizada em frente à loja, com produtores certificados pelo Sistema Participativo de Garantia em São Tomé. Um resultado do projeto no qual me envolvi aqui, o OM4D (Organics Market for Develepment), capitaneado pela IFOAM, com apoio da cooperação Holandesa.
E, durante o dia, fizemos muitas coisinhas mais: visitamos a loja de chocolate Diogo Vaz, famosa por aqui, fomos almoçar no excelente São João do Angolares, o mesmo que escrevi aqui sábado passado sobre ele. Tão bom que tive que regressar! Fiquei feliz que o chef, figura conhecida por aqui, fez referência ao livro que eu havia dado a ele e disse que está a ler!
As crianças, “pegando na branca”.Na volta, uma parada na praia “sete ondas”. Sou obrigado a contar uma curiosidade: nesta praia, a Bárbara saiu para caminhar na areia e a Flávia colocou biquíni e foi ao mar. Em pouco tempo, nos juntamos outra vez e ficamos conversando, na areia, com um pai, local, e suas duas pequenas filhas. Em dado momento, eu disse que estava na hora de irmos. O pai respondeu para mim: “sim, nós também”. E, ato contínuo, dirigiu-se às duas meninas: “tá, pega na branca e vamos embora!”. As crianças queriam muito tocar no cabelo e pele da Flávia, que estava de biquíni! Alisaram ela, sentaram no colo, demos tchau e nos fomos. Adorei a cena! “Tá, pega na branca e vamos embora!”. Sensacional!
Para fechar a semana de curso, o Carlos Tavares, agroecólogo, amigo e anfitrião da semana, nos convidou para jantar em sua casa no sábado à noite. Excelente, falamos da vida, da agricultura biológica… tudo regado a ótima comida local, bebidas, música e danças! Uma festa!
Lagoa AzulSobre o domingo, vou apenas comentar que estive, pela terceira vez, na praia denominada lagoa azul. Linda, belo banho de mar para terminar a semana!
E hoje, Lisboa… almocei um bacalhau espetacular com um vinho da região do Douro, no excelente restaurante Martinho da Arcada. Mas o melhor que me aconteceu foi o seguinte: desci na estação do Metrô no bairro Chiado e quando saí estava em frente ao “Café A Brasileira”. Local frequentado por Fernando Pessoa, no início do século XX. Mas o legal, o legal mesmo, é que lembrei que um dos meus contos que está no livro “Perspectivas” (Editora Hope), intitulado “O dia que não terminou” se passa em Lisboa, e tem um diálogo entre os três personagens do conto, Álvaro, Lídia e o próprio Pessoa que se passa nesse café. Fui obrigado a entrar… a mesa em que visualizei a conversa estava ocupada, sentei em uma próxima. Abri o conto e li… momento emocionante para mim… Frenado Pessoa, café “A Brasileira”
E foi isso, assim termino minha primeira viagem em tempos de Covid. Nada está igual, tudo está diferente. Infelizmente, não diferente o bastante para mudar o estilo de vida que nos levou à situação de crise climática e sanitária que estamos. Fazer o quê? Assim caminhamos nós, a humanidade.
Nenhuma viagem marcada, bem possível que o Caminhando e Contando dê uma parada de mais uns meses!